Um projeto cheio de ressignificação e consciência, a Casa Vila do Mar teve como diretriz principal as árvores pré-existentes no terreno. 

A planta baixa de 65m² inicia, circunda e termina nos limites em que não causam interferência às antigas moradoras nativas. Pelo contrário, o projeto se beneficia das suas sombras, às contempla como paisagismo natural à volta da casa, e respira a paisagem verde por todos os cômodos. 

O deck foi montado ao redor dos troncos e a cobertura do pergolado são as folhagens das árvores. A fachada, voltada para a mata fechada de uma área de preservação, se preocupa em fechar-se protegendo o conforto interno da umidade, mas ainda sim permeia visualmente com o descolamento do telhado das paredes por um plano de vidro que traz toda a mata do entorno para dentro de casa ao mesmo tempo em que ilumina natural e indiretamente os ambientes. 

As esquadrias em madeira e piso de parquet são elementos de demolição de coleção do pai da cliente que ficaram guardados na esperança de um dia serem úteis a alguém. Restaurados, e combinados com os tijolos, também de demolição, trazem o charme que só as ações conscientes conseguem transmitir. 

Nada pode ser mais sustentável que a reutilização dos materiais, onde nenhuma energia produtiva é gasta e a simples ressignificação ressuscita recursos e trabalhos já empregados há anos.